sábado, 4 de junho de 2011

poesia na madrugada


A BRISA
Théo Drummond
 
A gente sente, às vezes, que precisa
sentar-se na cadeira da varanda
e ficar, como coraçção nos manda,
só procurando ouvir passar a brisa.
 
É, por acaso, quando o olhar divisa
a nuvem solitária que nem anda
porque vento não há, e não se expanda
porque a falta de vento a neutraliza.
 
A brisa fala para quem compreende
o que ela diz às flores num jardim,
em sussurros que cada flor entende.
 
Ouço a brisa passar, percebo, enfim,
o fato de que és brisa e o que me prende
é tudo o  que sussuras para mim.
 
NÃO SE ESQUEÇA
Théo Drummond
 
Não se esqueça, de noite, ao se deitar,
apesar da distância que separa
nossas vidas - não deixe de lembrar
do amor que temos - que é uma coisa rara.
 
A vida vai correndo e nunca pára,
mas, para nós, só passa devagar.
Como um suplício de uma sorte avara
que nunca deixa a gente se encontrar.
 
Por isso é em nosso peito que vivemos
o amor longínquo que nos atormenta,
e que ao deitar faz com que nos lembremos,
 
Que igual à chama, quando o vento venta,
devemos protegê-la pois que temos
de manter vivo o amnor que nos sustenta..
 
 
Théo Drummond
 

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