segunda-feira, 27 de junho de 2011

Leitura para reflexão sobre poesia


POESIA E CRISE – ensaios sobre poesia brasileira, por Marcos Siscar
Resenha por Antonio Miranda
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Marcos Siscar
POESIA E CRISE:
ensaios sobre a “crise da poesia”
como topos da modernidade.
Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2010.
360 p.  ISBN978-85-268-0912-3

         A crise da poesia como um topos, como um fenômeno recorrente, lugar-comum, uma declaração retórica e reiterativa, e própria do modernismo. “Dizendo de outro modo, o discurso da crise é um dos traços fundadores da modernidade” (p. 21), é a tese de Marcos Siscar, e que guarda relação com o presente. Um bem fundamentado conjunto de ensaios, ou uma constelação de capítulos, que parte de Baudelaire e Mallarmé — desde o desmantelamento do discurso romântico que levara a poesia ao auge de sua popularidade — até o seu desdobramento no pós-modernismo.
         Siscar evoca o drama da técnica “desde o momento em que ela é reconhecida como elemento constitutivo de uma poética” (p. 61), que assume “um pacto, como tentativa de  rejuvenescimento, de atualização, de invenção” ou até de “ressurreição”, na acepção de Marinetti. Um discurso da “crise” , até porque, no entender de Siscar, nunca deixou de estar em crise (p. 53). Com suas contradições, onde Baudelaire reage à fotografia nascente como carrasco da pintura, enquanto Marinetti (e, no nosso tempo, Augusto de Campos) celebra o advento da máquina e do progresso, o tal “drama da técnica”, dentro e fora da poesia, como reflexo do mundo ou como seu instrumento formador, “como elemento constitutivo do estabelecimento de uma poética” (p. 61). Crise em estado perene, como topos da modernidade, “a exclusão da tekhne em proveito da episteme”.  Oposição entre técnica e pensamento, falso dilema mas, como pretende, motivo da crise.  Em suma, e superando o conflito, invocando Heidegger:

         Por isso, a técnica deveria ser entendida não só como um conjunto de
         procedimentos ou instrumentalizados pelo homem, mas como
         maneira pela qual ele se situa, se demarca como coisa do mundo,
         estabelecendo modos de fazer parte deste mundo
 (p. 62-63)
         Também faz uma reaproximação a Mallarmé, lamentando que o poeta do hermetismo e da experimentação seja conhecido e reconhecido por uma parte (mal) estudada de sua obra poética e menos por seus textos críticos, cuja leitura ajudaria, no entender de Siscar, a entender  melhor o autor de “Un coup de dés...”. Dedica-lhe um capítulo inteiro (p. 83 a 102 — “O túnel, o poeta e seu palácio de vidro”, escrito para integrar a edição brasileira das Divagações, de Mallarmé, a propósito da tradução feita por Fernando Scheibe, embora o poeta francês seja citado e estudado ao longo de todo o livro Poesia e crise, em quase todos os capítulos.

         Mallarmé, segundo Michel Leiris, citado por Siscar (p. 86), criou “uma linguagem perfeitamente adequada ao seu objeto”, e, apesar das dificuldades postas à leitura de sua obra, instruiu sua comunidade e influiu sobre as gerações posteriores, notadamente no século XX. E agora está sendo republicado e reinterpretado, superando os cacoetes e lugares-comuns — repetitivos — que circulam sobre sua poética.

         No capítulo “Poetas à beira de uma crise de nervos”, Siscar pretende analisar e desmontar a argumentação do poeta Luis Dolhnikoff de que a poesia brasileira, depois da ruptura do concretismo, rompendo a tradição do verso, estaria passando de “verbalista” a “visualista”.  Para Siscar, “o problema está mal colocado” (p. 103) e argumenta que “não se pode minimizar o fato de que a poesia brasileira nunca deixou de ser escrita em verso, apesar do abalo concretista” (p. 105). E afirma que
Mais do que isso, é notório como o próprio Concretismo guarda uma relação com o verso: Haroldo de Campos praticamente nunca o abandonou, apesar de discretas experiências de espaçamento e da exceção importante da prosa deGaláxias; Décio Pignatari voltou ao verso no início dos anos 80, e a própria poesia visual é eivada de medidas métricas tradicionais” (p. 105).
         Mas Siscar sempre retorna a Mallarmé, e nos diz que o poeta de “Un coup de dés n´abolirá le hasard”, poema fetiche do movimento concretista, já não se referia à “Crise de Vers” (p. 107) e que “historicamente o texto de Mallarmé é muito menos um epitáfio para o verso do que um elogio do verso livre”, no que este tem de atualidade (de “crise”) e de capacidade de mobilizar a tradição (p.109). E arremata, categórico: “A operação mallarmeana é muito diferente da operação destruidora e bélica das vanguardas, que deseja operar uma ruptura, um corte com a tradição” (p. 109). E encarra o raciocínio com duas afirmações válidas: a) que o visual no poema de Mallarmé, sua espacialidade na página em branco, cumpre uma função musical, e b) que o poema opera essa passagem da unidade do “verso” para a unidade da “página”:

         Os “brancos”, com efeito, assumem importância, chocam de imediato; a versificação assim o exigiu, como silêncio circundante” (p. 110), conforme as palavras do próprio Mallarmé. Mallarmé não estaria propondo uma oposição entre verbal e visual, mas uma “proximidade entre o verso e o elemento espacial, e na medida em que esse espaço designa ou figura um certo detipo de organização do verso e da versificação” (p. 110-111).  Embora seja reconhecível que não se reduz ao verbal, que transcende. Mas Siscar logo contrapóe: “Não há fim do verso, porque não há além do verso” (p. 131).

         A questão central foi explicar a tradução de Álvaro Faleiros, recente, em contraposição à tradução (pela reinvenção) pelo concretista Haroldo de Campos de textos de Baudelaire, valendo-se da interpretação do legado de Mallarmé  à luz dos estudos filológicos e históricos.
 Faleiros distingue termos confundidos pela tradução de Haroldo, refaz o traçado de determinadas metáforas, adota soluções menos glamorosas para nossos hábitos poéticos (como a substantivação dos verbos) a fim de enfatizar a percepção das contrariedades do poemas” (p. 125).
         Falta que alguém se disponha a fazer um estudo comparado das duas traduções para expor as supostas diferenças de enfoque e de resultados concretos nos textos resultantes.

 Augusto de Campos e o Não

         
O capítulo “A crise do livro ou a poesia como antecipação” está dedicada ao poeta e tradutor Augusto de Campos e, mais detidamente, ao seu livro “Não” (2005), traçando um paralelo entre a proposta de Mallarmé e a do concretista em relação à “crise do verso”. Siscar, ao contrário do que se propagou (na intenção de paideuma do Concretismo), “Mallarmé não é um poeta de vanguarda, como entende o século XX” (p. 133).  Segundo Siscar, “ o poeta [Mallarmé] é entendido no universo do colapso do verso” (p. 134):  
“Entretanto, aquilo que ele tem de mais relevante técnicamente (do ponto de vista de sua leitura concretista), especialmente no poema Un coup de des, não é exatamente fruto da sintonia com as técnicas de sua época; embora a exploração da espacializacáo (ou melhor, do "espaçamento", de um certo modo da "versificação") se apresente como experimentação poética, a figura evocada naquele poema para legitimar o jogo da alternância e da interrupção é a da partitura musical, elemento eminentemente erudito, relacionado com o passado e inserido num campo semântico distinto, o da voz musical (da "Música ouvida em concerto"), com a qual Mallarmé — e também Valéry — tinha um caso de amor e ódio. O modo pelo qual a
experimentação de Mallarmé se inseria no contemporâneo era de outra ordem e, aliás, sua postura de artista não excluía a mundaneidade das visitas de cortesia e a promoção de um verdadeiro "cenáculo" intelectual, apreciado por vários artistas da época.
(p. 132)

         Siscar faz um adequado e abrangente análise da poesia de Augusto de Campos, de sua vertente poundiana da invenção, desde o seu primeiro livro (“O rei menos o reino, 1949-1951”), onde o poeta se sentia “lavrando este deserto”.
         É bom lembrar que o Concretismo surgiu no momento em que o nosso Modernismo já estava decantado e desencantado, longe do furor anti-parnasiano e do acicate anti-sonetista. Seus cultores já não se incomodavam tanto com a “restauração conservadora” da Geração de 45 e até cometiam sonetos rimados...  O Concretismo dava a impressão, nos anos 50, de dar continuidade ao espírito vanguardista de 1922, mas de forma mais radical. Modernistas como Manuel Bandeira e Cassiano Ricardo, e até Carlos Drummond de Andrade, saudaram a novidade, embora, desde a Academia Brasileira de Letras, o pernambucano Olegário Mariano reagiu de forma contundente e sem fundamentos à Exposição Concreta de 1954, para citar a reação mais despropositada, mais ou menos nos mesmos termos que Monteiro Lobato reagira ao Modernismo.
         Mas aconteceram algumas polêmicas. Siscar cita a que aconteceu, tardiamente, entre Roberto Schwartz e Augusto de Campos, em 1985, mas outros intelectuais, velada ou ostensivamente, reagiram à ortodoxia do Concretismo e à suposta “morte do verso”. Lembremo-nos da reação moderada do drummondiano Affonso Romano de Sant´Anna e a escandalosa reação de Bruno Tolentino, que criticou o trabalho do tradutor concretista Augusto de Campos pela imprensa e até em livro sobre o assunto “(*1),(*2). Mas Siscar mostra que Augusto, ele mesmo, rompeu com a ortodoxia e vem se renovando constantemente. E chega a afirmar que “o rótulo de poeta já não é mais adequado e o livro quase não suporta mais tecnicamente aquilo que ainda é chamado de poema” (p. 142). E chega a ser até mais categórico: “Paradoxalmente, com o passar do tempo, a poesia de Augusto de Campos tem se tornado cada vez mais uma experimentação das potencialidades das novas técnicas e menos uma experimentação poética” (p. 144).(*3). Siscar chega a afirmar que a “invenção da “crise do verso” pelos concretistas foi um blefe produtivo, embora hoje nos pareça uma etapa vencida da história da poesia” (p. 146), tese que recoloca em cena o crítico Domingos Ferreira da Silva (*4), para quem só existe poesia no verso. Mas não podemos esquecer que o movimento do Poema Processo (Wlademir Dias-Pino entre os teóricos) foi mais longe propondo poemas sem versos e até sem palavras. Por certo, pouco antes de morrer (em 2011), Reynaldo Jardim, que foi o editor do SDJB (Suplemento Dominical do Jornal do Brasil), que abrigava os neoconcretistas, telefonou para pedir-me poemas sem palavras para uma edição que ele andava cogitando... Ou seja, tudo leva a crer que a questão do fim do verso não está encerrada, ainda que em grupos mais radicais da experimentação poética ou de sua convergência tecnológica com outras artes. Tudo indica que vamos ter, com o avanço da tecnologia da informação, poemas animaverbivocovisuais (ouanimavocovisuais), sem esquecer poetas como Joan Brossa e Fernando Amaral que fizeram e continuam produzindo “poemas visuais” com letrismo, mas não pretendem formar palavras. Ou “Não”, como sugere o título do livro de Augusto de Campos.

A Cisma da Poesia Brasileira e a questão da crítica

No capítulo sobre “A Cisma da Poesia Brasileira” disserta sobre a “hipótese da diversidade”, numa fase marcada pela “ausência de projeto coletivo”, sem ismos e fora dos movimentos que pautavam a criação e a ação poéticas. A poesia brasileira a partir dos anos 80, sem as “linhas de força mestras”, segundo Siscar, refletem uma retração ou refluxo com relação às tensões das décadas anteriores. Nos estertores das forças opostas do Concretismo e da poesia marginal, liberadas agora do engajamento político e, de certa maneira, orientadas pelas correntes liberalizantes e globalizantes em voga.  Faz referência a Cacaso, Chacal e Francisco Alvim que encarnam a geração precedente do poema da dissolução, que circulavam em suportes frágeis, fora do circuito tradicional, mas que logo foram absorvidos pelo mercado comercial do livro e das livrarias. Inclui Armando Freitas Filho e sua “antirretórica visceral”, que expressa as experimentações verbais próprias do pós-concretismo. Inclui também Orides Fontela, a “mística feminina” de Adélia Prado, com discursos mais diluídos e coloca a inventividade linguística e metafórica de Manuel de Barros e a metafísica erótica de Hilda Hilst. Lembra a polêmica em torno da poesia visual de Augusto de Campos, cuja obra permanece vigente, sobretudo mediante os recursos telemáticos. Lembra um quase manifesto de Haroldo de Campos anunciando a “poesia pós-utópica” sobre a “presentidade” (no entender de Siscar) mas que teria sido o “enterro do espírito  aventureiro da vanguarda” (p. 152).
         Estamos diante de um impasse, sem respostas aos desafios colocados pelos poetas da nova geração. A disjuntiva estaria na oposição, não superada ainda, entre a poesia semiótica e tecnológica e a poesia do cotidiano, questão sem solução no nosso entendimento.  Os casos emblemáticos de Paulo Leminiski e Ana Cristina César coroam esta divergência e convergência, pois o primeiro vem de uma experimentação amalgamática de poesia concreta, marginal e orientalista e a segunda pautou-se num discurso “dilacerante de desordem moral e estética da experiência contemporânea”(p. 156).
         Biografia e autobiografia no cenário da criação poética. Hedonismo e dissolução, síntese que Arnaldo Antunes faria ao usar tecnologias avançadas, sem abandonar o personalismo. “O poeta pode então reivindicar como matéria prática não a experiência vivida ou o espírito de experimentação formal, mas a cumplicidade poética com o insignificante, com os elementos mais “inúteis”, restos da cultura e da modernidade técnica” (p. 161) que perpassa a poesia de Manuel de Barros, mas que se amplia em muitos poetas de diferentes tendências. Como no caso de Sebastião Uchoa Leite, que também foi um tributário dos formalismos precedentes.
         Siscar não aborda a questão fundamental da poesia de feição neobarroca, autodenominada “de invenção”, que é cultuada sobretudo entre poetas que vêm da academia. Não da academia literária dos antigos, mas das universidades e que são, a um tempo, poetas e críticos, antologistas e blogueiros, e que pautam a poesia contemporânea a partir do Centro-Sul do país, através de revistas impressas e virtuais, de ensaios e eventos acadêmico-literários. Não são a maioria, mas aparecem como tal, hegemonicamente, até mesmo ignorando outras vertentes da poesia contemporânea. Traduzem, criam, publicam e criticam numa ostensiva plataforma de promoção e de auto-promoção, não raras vezes citando-se uns aos outros. Seguem uma linhagem que tem raízes latino-americanas, notadamente com o pedigree de um Lezama Lima e seu “inimigo rumor”.
         O menos conclusivo dos capítulos é certamente sobre “As desilusões da crítica de poesia”. Apregoa a cisma da poesia em relação a si mesma, mas como desconfiança de quem publica ou interpreta poesia — digamos, “a crítica”.  As aspas em “a crítica” são do próprio Siscar.
         A poesia teria empobrecido, depois do fim das vanguardas, do “pós-utópico” e perdido espaço nos suplementos literários, nas estantes das livrarias e até na autoestima dos poetas. Literatura “à deriva”, no dizer de Fábio de Souza Andrade (2004, op. cit. por Siscar), apesar da “vitalidade das revistas especializadas, das antologias, na vulgarização do gesto antológico e do artigo de situação — essas que são as tentativas de organizar o sentido de um contemporâneo carente de clareza sobre sua própria identidade” (p, 170).  Fase de desencontros, de desencantos.  A dificuldade de identificar um ou alguns poetas representativos do momento, embora as antologias tentem fazê-lo como no caso de Heloisa Buarque de Hollanda, com um titulo desorientador, mas simbólico  — “Esses poetas” — como a referir-se à coloquialidade da temática vigente.
         A poesia deve dizer a que vem? Deve formular um universo de coerência, de pedagogia, uma estratégia de ação? (p. 172).  Devemos confrontar com o tema d “As ilusões perdidas da poesia”, como cunhou Silviano Santiago? Vale ressaltar então que “Por isso, a crise da poesia deve ser pensada em paralelo com a crise que se atribuiu hoje à crítica” (p. 177).

Finalizando...

         Não podemos deixar de referir-nos ao capítulo ”A Poesia e seus fins”, em que analisa uma carta de João Cabral de Melo Neto à colega Clarice Lispector, em que revela elementos sobre sua formalização poética e em que apresenta a ideia de uma revista, e, mais adiante, onde Siscar também inclui um texto denso sobre a poesia “estelar” de Haroldo de Campos que vamos saltar e deixar aos leitores a oportunidade de desvendá-los no volume original.
         Finalmente, tem também a proposta atual (ou do fim do século) de uma “poesia de invenção”, não abordada por Siscar, de contornos não devidamente reconhecíveis pois a palavra “invenção” pretende referir-se a uma criação dissociada da realidade imediata e do mero confessionismo, para registrar um campo criativo fora do naturalismo e do realismo. Afinal, “!invenção”, na literatura sobre poesia brasileira, é uma palavra semanticamente muito poluída...
         Vamos ficar por aqui. O instigante livro de Marcos Siscar segue em capítulos sobre as “Versões da História” que mereceriam outra resenha.  Vamos concluir que a leitura do livro nos leva a crer que, hoje, ser moderno é ser ultrapassado; ser vanguardista, hoje, é ser obsoleto, formalista, geométrico, aético e profilático. Não é à toda que um poeta da novíssima geração declarou que esta dissuasão não é sua, dele... Da pós-modernidade agora passamos à hipermodernidade. Pois, pois.


(1)            TOLENTINO, Bruno. Os Sapos de Ontem. A polêmica Tolentino - Campos.  É pau puro!  Rio  de Janeiro: Diadorim Editora, 1995.  120 p
(2)            Um estudo acadêmico também analisou a ortodoxia do poema concreto: CABAÑAS, Teresa.  A Poética da Inversão - representação e simulacro na poesia  concreta.   Goiânia: Editora UFG, 2000.   
(3)            Quando eu estava em Buenos Aires, em 1962, participando de exposições com os grupos Madi e Inovación, de Kósice e Vigo, ao ser convidado pelo Centro de Estudios Brasileños para dar um curso sobre a poesia concreta, preferi intitular o ciclo de palestras como “Arte Verbal de Vanguardia”, evocando o princípio da integração das artes, a partir de Max Bense, e vi que tempos depois Jakobson usou este mesmo termo, mas numa acepção mais laxa. Ver:http://www.antoniomiranda.com.br/da_nirham_eros/dos_exposiciones.html
(4)            SILVA, Domingos Carvalho da .  Uma Teoria do Poema.  Rio de Janeiro: Civilização  Brasileira, 1989.  197 p.